Patrono da cadeira nº 5 - Floriano Cavalcanti de Albuquerque, natural de Belém do Pará, aos 10 de dezembro de 1895, mas já aos seis meses foi trazido para Natal, terra de seus pais, o Capitão Pedro Cavalcanti de Albuquerque e Dona Eulália Cavalcanti de Albuquerque.
Aqui fez toda sua vida escolar, nos colégios Americano, Diocesano, Santo Antônio e o Atheneu Norte-rio-grandense.
Concluídos os estudos do que hoje se chama ensino médio, partiu para Recife, a fim de formar-se em Engenharia Civil, de acordo com seus pendores matemáticos, mas só fez o primeiro ano.
O pensamento filosófico o fez mudar para Direito, em que se graduou, na tradicional Faculdade do Recife, em 20 de janeiro de 1919.
De seu próprio testemunho, colhe-se, dessa época, a seguinte recordação:
“Na Academia de Direito, veio-me a paixão da filosofia, avassalando tudo e distendendo os limites de minha visualidade. Lá, então, Kant, Fitch, Hegel, Renouvier, Taine, Locke e Hume…”
Retornando a Natal, já no mês seguinte, fevereiro de 1919, assumia interinamente a cadeira de Filosofia, Psicologia e Lógica do Ateneu e, no ano subsequente, em definitivo, e por concurso, a de História Universal, em que lecionou até 30 de janeiro de 1930, quando assumiu o cargo de Juiz de Direito da Comarca de Pau dos Ferros.
Desde muito cedo sua cultura polimórfica assombrava a província. Filosofia, Psicologia, Sociologia, História, numa palavra, todas as disciplinas humanísticas, além da matéria jurídica propriamente dita, aquele jovem dominava.
É famosa uma sua conferência, do final de 1919, sobre O Pessimismo Encarado sob o Conceito Universal, proferida no então Teatro Carlos Gomes, na presença do Governador e de autoridades civis, militares e eclesiásticas da época, em que discorre sobre os mais importantes temas do seu tempo.
Impressiona, ao lê-la, não apenas a vastidão de seus conhecimentos — que vão da literatura antiga à contemporânea, do pensamento dos gregos até aos filósofos atuais, das raízes gregas até as religiões da Índia e da China — mas sua profundidade, e a sintonia com o que havia de mais novo, inclusive ao ponto de tomar posições de vanguarda, como num momento em que, antecipando Teillard de Chardin, que à época ainda nada havia publicado, proclama:
“rege o Universo a lei biocósmica da evolução”.
Sua longa e profícua carreira na magistratura, que começou, como já referido, em Pau dos Ferros, em 1930, continuou em Canguaretama, em 1931 e depois em Natal, na 1.ª Vara da Capital, em 1934.
Em 14 de junho de 1941 ascendeu, por merecimento, à função de Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, Corte em que pontificou por décadas, produzindo decisões e votos célebres, como “Crime Preterintencional”, “A Natureza do Delito Sexual”, “Responsabilidade Civil do Estado”, “Inadimplemento de Cláusula Contratual” e “Avaria Grossa”.
Em 1945 integrou e presidiu o Tribunal Regional Eleitoral do Estado; em 1952 foi Vice-Presidente, e em 1954, Presidente do Tribunal de Justiça, do qual se aposentou em 27 de dezembro de 1965. Ali dirigiu a Revista do Tribunal de Justiça e deixou marcas de sua eficiente atividade de administrador.
Teve importante atuação política.
Havia sido Juiz do Estado de Sítio, tendo-se ocupado do julgamento das causas decorrentes da chamada Intentona de 1935.
Ao tempo de sua primeira etapa como professor (fase do Atheneu), elegera-se Deputado Estadual (triênio 1923/26), e Constituinte Estadual em 1926, tendo sido líder do Partido Republicano Federal em São Gonçalo do Amarante, entre 1925 e 1929.
Em 1946 foi escolhido, pelas “Oposições Coligadas” (cuja principal agremiação era a UDN – União Democrática Nacional), candidato a Governador, contra José Varela, do PSD – Partido Social Democrático, em pleito famosíssimo, que terminou na Justiça e a respeito do qual a História ainda está por pronunciar-se.
Faleceu em Natal no dia 7 de outubro de 1973
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